jeudi 26 mars 2009




Cotidiano

A menina se balança na rede da varanda:
pêndulo do tempo suspenso no agora.
Encerrada entre papéis, uma borboleta morta:
sepulcro da metamorfose.
Flutuo como o que subitamente tomba.
A luz morna da finitude do sol percorre o canto dos meus lábios
como um beijo antes da morte do hoje.
o castanho-multidão que me despe da existência física
e me dissolve em poesia

Juliana Gelmini



(fotografia: Juliana Gelmini)