*Influênciada pela autora contemporânea linda: Adriana Falcão.
Ela ajeita a flor do cabelo duas vezes, pra procurar palavra
que escorregasse assim de repente do pensamento.
Mas não escorregou.
Não do pensamento.
O que ela não sabia era que palavra que tem coração e tudo
não escorrega nem nada mas beija o que toca.
E ela achou tão bonita aquela ideia que começou a encontrar
palavra fogo-de artifício: ano novo
ou ainda palavra vaga-lume no olho: eu te amo.
Ela achou perigosa essa ideia de palavra que tem coração e tudo
mas não escorrega nem nada
porque unia ela ao lá que existia dentro dela, lugar que antes
parecia mais impossível de chegar
só com a memória, ia de voo
mas lá sem ele, parecia soco
Então, bem no meio do lá, parou numa palavra de sal
e no azul dela se cobriu toda.
(Juliana e seu lado piegas numa madrugada que esqueceu de dormir)