mercredi 5 mars 2014

À Camille Claudel




À noite,
violentos vermelhos
sonham...

(Rodin!)

o devaneio dança
a lança aponta
o próprio peito

(Rodin!)

o mar invade a sala
mármore-lava
mneumónica

(Rodin!)

a espera trágica
a pedra prepara
em tuas retinas:

Rodin!


lundi 3 mars 2014

A gota d'água desaba teu rosto na fotografia

 Na vida rasgada do outro lado que nunca virava de si para o mundo, morava uma batucada que, às vezes,  lembrava de ser. E pedia pôr do sol. Ver o poente era como um filme da história deles,  metafórico. Ela continuava bamba pelo fio da estrada apagado pela luz. E  a batucada logo rebentava outra vez. Mas o barulho cansado de tanto talvez, um dia, se desfez no corpo do silêncio.

[Tocou o despertador, vários palhaços a minha volta me olhavam, queriam me dizer uma palavra feita de silêncio, mas que brilhava. Apertei o nariz amarelo do primeiro que tentou me levantar do sono e me virei e revirei na cama, no sonho sonhei que vários palhaços me acordavam com tambor e acordeão, apertei o nariz azul do primeiro que tentou me levantar do sono e me virei e revirei na cama, no sonho sonhei que vários palhaços tentaram me acordar buzinando em seus triciclos  e  eu sonâmbula abri os olhos bem forte, daquela maneira que só podemos abrir em sonhos, e desequilibrando meu coração em cima da cabeça, em cima da saudade, em cima do sorriso, com eles parti...]



solo para Ícaro


solo para Ícaro

fios


fios,
turvos
rios

Escafandrista

em tua cidade submersa