lundi 18 novembre 2019

Fuga

A presa
apressa
a defesa:
desarma
os alarmes
de amar
a arte de
esquivar-se
nas esquinas
das escritas
[enquanto
o desejo
no teu cheiro
cavalga]

lundi 21 octobre 2019

mercredi 16 octobre 2019

após o naufrágio,
meu corpo trôpego
se agarra
ao que flutua
às águas
às ripas de madeira,
às lascas das palavras,
as farpas entre os dedos,
vestígios do sonho.

dimanche 8 septembre 2019

Assino todos os dias meu nome sem borrar as pautas, as linhas.
Falta pouco, meu bem, vou embora
pro primeiro capítulo,
outra narradora a partir das três horas,
a partir do Natal, a partir
aceno do avião, dentro do cartão postal
meu quarto vazio
pra você
gritar
à vontade, meu amor.

vendredi 26 juillet 2019


estou
na tarde eterna
do nosso beijo,
o primeiro,
ardo ainda
sol vermelho,
dupla chama:
amor, desejo.


dimanche 19 mai 2019

Corda bamba 2

Cena de filme:
suicídio com  corda na árvore.

Precisa-se de cordas fortes,
ainda que velhas, para 
árvores inquebrantáveis

Corda bamba 1





É sempre mais difícil
ancorar um navio no espaço
(Ana C.)

mercredi 15 mai 2019

março, 2019

Adamastor me nina, enquanto você, em outra cidade, caminha pensando na conta que vence hoje. Cidades díspares.

(Bagagem pronta no pequeno barco de papel.
Parto, ao longe, suas cores borram o horizonte)

Biografia de maio, 2017

Hoje é o último dia de maio. Na rua, peneiram algo, barulho maquinal, deve ser engrenagem do tempo. Lembro daquela escultura do novo realismo feita de vários relógios marcando horas diferentes. Junho espreita como se eu fosse sua presa. O carro dobra o final da rua, sobreposição de sons. Sinto sono, adormeço como as crianças que giram entre espantos. Troco de corpo no casulo invisível.


II
Último dia de maio. 
Na rua, peneiram algo,
barulho maquinal, 
deve ser engrenagem do tempo.
 Lembro daquela escultura 
do novo realismo
vários relógios 
marcam horas diferentes.
Junho espreita como se eu fosse sua presa. 
O carro dobra o final da rua, 
sobreposição de sons. 
Sinto sono,
adormeço como as crianças 
a girar entre espantos. 
Troco de corpo no casulo invisível.

L'oubli



l'oubli
(o esquecimento)



vendredi 12 avril 2019

Na terceira margem do rio





fios,
turvos
rios

(versos do meu livro Insólito Sólido)

***

Experiência fotográfica para ilustrar a terceira margem do rio

mardi 26 mars 2019

Vestido de noiva
amarelado
puído amargo
feito meu corpo
silenciado
casa de cupim