jeudi 25 août 2011

barco de papel

Desapareço,
barco de papel, 
no branco da lua,
pupila da madrugada
aberta, nu breu.




Pela fresta da janela vi papai.
De súbito, corri à porta da frente, queria que visse meu rosto.
As vezes, tenho medo que possa o esquecer como um borrão d'agua que desaba uma fotografia por conta de uma gota. Lá, se afogaria meu rosto,  em meio as memórias que nunca existiram.
Quando foi a última vez que vi papai?
Acho que era criança, na manhã caneca azulada quente de leite com seu beijo de bom dia, carinho a me estalar ainda hoje. Neste quando, conheci minha primeira espera. Meu pai nunca mais voltou daquela manhã. Desde então, espio um homem desconhecido vestido com as  mesmas roupas de papai que, todos os dias,  descama à porta.



Juliana, madrugada de agosto



1 commentaire:

  1. Oi, Juliana, tudo bem?

    Gosto de ver as imagens que você coloca nas postagens e mais ainda as poesias que você faz!
    Por isso te indiquei pra um selo. Não sou de deixar links em coments, mas não tem jeito, o selo tá aqui:

    http://www.estudiobrigit.com.br/2011/09/selinho-dona-desse-blog-e-uma-flor.html

    Beijos!

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