dimanche 27 novembre 2011

Cidade de papel

Voltas a nossa cidade
destruída.
Decides que é  lá
queres novamente (me) habitar.
Ignoras a dor que se espalha
por todo o seu corpo.


Sopras outro
outro tempo sobre o abandono.
Com papéis vai enfeitando a cidade
de ruas,pássaros, casas,
crianças, luas de água,
 algumas flores azuis.

A cidade enfeitada de espera.
A espera que,antes, era minha,só,
agora é tua.


Entro na cidade de papel,
quase desaba sobre meus pés.
O vento desmancha uma das luas.
Chove,
borra os edificios feitos de jornal.

Seguro tuas mãos
que estão frias
[o medo]
mas continuas andando sobre as ruas
como se não estivesses vendo
o papel.

De mãos dadas as tuas,
sigo
na cidade de papel desabada.


Dentro dela,
reparo:
nos teus olhos,
a cidade
é real.

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