Penso que o fascínio maior, quando se trata das moradas literárias, é o espanto do escuro inicial do espaço a ser invadido de uma voz ainda desconhecida e esta, ao narrar, ir, lentamente, construindo cada porta, e, às vezes, no meio da construção, ainda conversar comigo, ou então, me ignorar e fingir que não existo, mais ainda que essa voz, feita das palavras num papel, me ignore, nunca diminuirá o espanto do escuro inicial que, lentamente, se preenche de luz.
Aucun commentaire:
Enregistrer un commentaire