lundi 3 mars 2014

A gota d'água desaba teu rosto na fotografia

 Na vida rasgada do outro lado que nunca virava de si para o mundo, morava uma batucada que, às vezes,  lembrava de ser. E pedia pôr do sol. Ver o poente era como um filme da história deles,  metafórico. Ela continuava bamba pelo fio da estrada apagado pela luz. E  a batucada logo rebentava outra vez. Mas o barulho cansado de tanto talvez, um dia, se desfez no corpo do silêncio.

[Tocou o despertador, vários palhaços a minha volta me olhavam, queriam me dizer uma palavra feita de silêncio, mas que brilhava. Apertei o nariz amarelo do primeiro que tentou me levantar do sono e me virei e revirei na cama, no sonho sonhei que vários palhaços me acordavam com tambor e acordeão, apertei o nariz azul do primeiro que tentou me levantar do sono e me virei e revirei na cama, no sonho sonhei que vários palhaços tentaram me acordar buzinando em seus triciclos  e  eu sonâmbula abri os olhos bem forte, daquela maneira que só podemos abrir em sonhos, e desequilibrando meu coração em cima da cabeça, em cima da saudade, em cima do sorriso, com eles parti...]



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