mercredi 18 mars 2015

Roda gigante

(Confissões, diário 2014)
Fechei os olhos e, de repente, uma vontade de ser tartaruga surgiu. No meio do meu mar, o sol do meio-dia, mas tão pouco brilha ou é amarelo. Meu sol anil parece mais com tartaruga. Quando o amor baterá à porta? Dançará com meus olhos por cores que nunca ouvi? Quando não será equívoco? O tempo e seu eterno corpo de água trocando de sons a cada instante. Piso em folhas secas, afundo minhas mãos em estalos, como sou apaixonada pelos sons secretos do mundo! Diante da roda gigante, giro e tombo. Quando abro os olhos e o céu entorpece os sentidos, parada fico, a roda gigante girando vazia, a luz parada de azul, o parque abandonado em minha solidão. Busco teu coração, roda gigante!Comboio de cordas, como me ensinou Pessoa, como também sou! Ruídos teus rabiscam novos riscos meus... com o silêncio, choro, reinvento o choro sem lágrimas, da linguagem seca que  os selvagens pássaros compreendem. Sinto o mundo! O vento que leva meus fios, me desfazendo! Como venta aqui, dentro: roda gigante! Por que não posso desgrudar meus olhos do céu? Meus cílios carregam seus anis a iluminar o que vejo... mas a tua solidão, roda gigante, continua seca e não descobrem que no mundo há tais giros, tais flores, tais anis.... Deitada no chão do parque, emudecida de anil, sem esperas sinto: roda gigante sou!





Aucun commentaire:

Enregistrer un commentaire