Um jornal que não abro
anuncia misérias:
escapo
Escamas de nuvens
observo do teto
o desviro em céu
nas pontas do que enxergo.
Meu corpo adulto
descensura o confronto:
com o real imposto,
descrito pelos outros.
Olho uma fresta,
me escondo.
- Não é possível que exista!
isto é ficção vendida!
Derramo-me sobre o que leio
umedeço todo o jornal
em borrões de letras
que afogadas, reinventam-se.
das letras teço o relato:
pupilas abraçam-se
no tempo desvirado,
eclipse de luz.
Juliana Gelmini
fotografia:autor desconhecido
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