samedi 28 janvier 2012

trilha de trem

A música abre os salões aos poucos como se nunca houvesse portas, corro por todas as palavras que dançam sobre os corredores, rindo como insanas, mãos dadas a cada nuvem, ouço agora o teu coração, meus pés sentem calmamente o não que guardou ontem em baixo do pouco troco. Aquele já mofado em cima da cadeira, enfeita a tarde de um podre azul, aquela voz de novo em meus dedos, como me livrar dos gritos dos finais de anos que nunca esteve? Vestidos lilases acenam das varandas que nunca pude visitar, enfeiam a cidade de seu luto oculto, passeio agora por todas as tuas lãs, escolhidas a fio para mim, me rebubino então, ainda embolada como as antigas fitas, enfio o lápis cego em meu corpo para desembolar as cordas, as cordas todas que tanto me cegam, as cordas que olham para o céu azul, para o sol no canto dos lábios, as cordas que apontam teus traços, os borrões de risos entre as nossas mãos dadas no final de tarde em lugares estranhos como Bolívia, eu quero a vida, na trilha de trem, com o barulho dele vindo da ilusão.







Sur le fil - Amélie Soundtrack

1 commentaire:

  1. Ouço o som da felicidade dos pequenos momentos, que dentro de mim tornam-se gigantes a cada sorriso teu...

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