lundi 23 mai 2016

Biografia do Outono - primeira memória

Biografia do Outono

Primeira memória

O tempo mudou, teu poema estremeceu o meu pensar, meus pelos deitaram sobre tuas palavras a experienciar direções fora da caixa, a torneira aberta me entornava quase toda, a torneira aberta sem cessar a me livrar do corte cego, do corte exato, do corte em seta para algum lugar. Teu poema foi girando em meu calcanhar, laranja em gomos, eu diria, minha nova forma de andar. Fui descascada a mão por teu olhar. Descascada a mão da casca oca, da casca imposta. Sopro sagrado a entrar pelo lado esquerdo da memória. O cordão umbilical com a vida verdadeira, um bambolê a equilibrar meu corpo sobre sonhos. Folha seca do mesmo tamanho seu, a castanha, a fila feito cobra de pano a crescer, a crescer e a gente na dança do encontro de nascer livre, vê?


[Não é raiz, são galhos. A raiz é interna, inteira, você mesma. Não é raiz, são galhos floridos, fortes em giros de síntese de luz. Não é raiz, são flores. Não é raiz, são frutos. A raiz é só sua, nua, brotar silencioso de existir.]

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