vendredi 3 janvier 2014

Cartas guardadas


Desculpa "colocar uma expressão de infinito", como diria o Van Gogh, na nossa história. Você sabe que sou sonhadora e desato amarras que prendam meu corpo na matéria, flutuo sobre o que não existe, com as janelas invadidas de pássaros, teus. Eu queria gostar menos de você, mas demoro, descobri que também sou paquidérmica! Só que para deixar de amar pessoas, será isso possível? não, o que deve acontecer é como alquimia, me misturo de outras ruas, outros passos, outras nuvens e os teus sons abafados pelas invenções de outros sonhos, podem assim desafinar dentro de minhas cordas, só que ainda estão lá, mesmo desafinados, ainda me tocam. E se é tão difícil, para que esquecer? as águas, ainda que, às vezes, violentas, me revigoram, no sentimento que pulsa dessas águas ainda agitadas (mas verdadeiras), consigo me ver pedaço por pedaço espalhada na espuma e, quando me abraça com alguma palavra de carinho,as águas,enfim, se acalmam e me vejo inteira...



[Este é o primeiro dia que não nos falamos depois de te encontrar dentro de mim, fecho os cílios que desaguam, os ventos se dobram em infinitos véus que te cubro, não quero mais a nitidez do teu corpo na memória, quero Lethes, afundar nas águas do esquecimento. Busquei os alicerces do amor espiritual e da doação que são verdadeiros, mas, ao final do dia, minha solidão encara tua saudade e a certeza que eu sabia que seria assim.]



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